quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Proteja os seus rins, salve o seu coração
Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica
A Sociedade Portuguesa de Nefrologia assinala, no dia 10 de Março, o Dia Mundial do Rim, este ano subordinado ao tema “Proteja os seus rins, salve o seu coração”, focando a relação entre a doença renal crónica e as doenças cardiovasculares. Esta ligação, reconhecida por ser tão importante, sublinha que os indivíduos que sofrem de doença renal crónica estão mais susceptíveis a desenvolver doenças cardiovasculares complicadas, nomeadamente o enfarte do miocárdio.
A Sociedade Portuguesa de Nefrologia irá levar a cabo diversas iniciativas por todo o país, nomeadamente acções de sensibilização em escolas e universidades seniores, de modo a alertar a população para o problema da doença renal crónica. Em todo o mundo, mais de cem Países vão assinalar a efeméride.
Uma das principais funções dos rins, que se assemelha à função de um filtro, consiste na “limpeza” do sangue dos resíduos tóxicos resultantes do funcionamento do organismo (metabolismo). Mas, para além disso, têm uma função muito importante na regulação da quantidade de água e sal, no controlo da tensão arterial, na quantidade de sangue produzida pela medula óssea, na produção de vitamina D e, de uma forma geral, no equilíbrio das funções endócrinas do corpo.
Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica, considerando qualquer uma das suas cinco fases ou estádios de evolução. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem possibilidade de qualquer recuperação. Na fase mais avançada da evolução da doença, ou estádio 5, surge o esgotamento total das funções renais, que terão de passar a ser substituídas pela diálise ou por um transplante. Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal, e por esse motivo já a necessitar de diálise, ou, nos casos em que isso é possível, de serem transplantados. Em Portugal existem actualmente cerca de dezasseis mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.