sábado, 24 de abril de 2010

Portimão: Governadora Civil de Faro elogia alunos e professores da EB1 Coca Maravilhas pelo seu contributo contra a discriminação social


“O processo de inclusão social resulta, tanto de um exercício individual, como de um trabalho colectivo que deve abranger todas as classes etárias”, considerou ontem a Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, durante a cerimónia de entrega de prémios do Concurso “Escola Alerta 2009-2010”, realizada na EB1 Coca Maravilhas, em Portimão.
No âmbito da cerimónia, que contou com a presença do Director Regional de Educação, Isilda Gomes realçou o “importante papel” da escola na formação cívica de crianças e jovens, enquanto interventores numa sociedade que se exige cada vez mais atenta aos mais variados fenómenos de exclusão social.
“Por vezes, é na primeira infância que surgem os primeiros sintomas de exclusão, pelo que é aos professores e a todos os profissionais na área da Educação, que cabe a responsabilidade de detectarem situações dessa natureza, de forma a corrigi-las o mais rapidamente possível, contribuindo assim para a erradicação desses fenómenos da nossa sociedade”, frisou a Governadora Civil.
Lamentando a fraca adesão dos estabelecimentos de ensino do Algarve ao Concurso “Escola Alerta”, organizado na região pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) e o Governo Civil de Faro, Isilda Gomes salientou a importância deste projecto na sensibilização de crianças e jovens para o problema da exclusão social, tendo observado que “os mais novos podem fazer a grande diferença no futuro”.
“Se despertarem cedo para este tipo de problemas, as crianças e jovens de hoje poderão transformar-se em adultos com maior responsabilidade em matérias essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante, em que os direitos humanos não continuem a ser postos em causa devido às diferenças culturais ou às condições individuais”, referiu a Governadora Civil.
Elogiando os autores do trabalho premiado pelo interesse dedicado à problemática da deficiência, Isilda Gomes reiterou ainda a sua total confiança no contributo das novas gerações para um futuro melhor para todos.
“Acredito que estamos a formar cidadãos mais sensíveis às causas sociais e humanitárias, pois só assim será possível coabitarmos num Mundo que tende a eliminar todas as fronteiras para se constituir numa verdadeira aldeia global”, considerou a Governadora Civil, realçando que o Algarve é uma região que se distingue pelo grande espírito de solidariedade das suas populações.
“Escola e cidade sem barreiras” é o título do trabalho premiado no âmbito da edição regional do concurso promovido pelo INR e o Governo Civil de Faro. Os 44 alunos do 1º e 2º ciclos e dois professores envolvidos no projecto, identificaram as barreiras arquitectónicas existentes na escola e na cidade de Portimão, tendo apresentado um conjunto de soluções e medidas a implementar com vista à sua erradicação.
No seguimento do trabalho desenvolvido, os seus autores redigiram ainda uma comunicação ao Presidente da Câmara Municipal de Portimão, na qual descrevem o projecto e solicitam a resolução da problemática apresentada.
Durante a cerimónia os professores que orientaram o trabalho premiado sugeriram à Governadora Civil a adaptação de uma bicicleta para cidadãos com deficiência visual, tendo Isilda Gomes assumido de imediato a aquisição do referido veículo, ficando os docentes responsáveis pelo desenvolvimento do projecto.
Para além de um troféu e de cheque de 600 euros atribuídos à escola, os promotores do concurso distinguiram com diplomas os alunos e professores que elaboraram o trabalho premiado.
A EB1 Coca Maravilhas, do Agrupamento Vertical Engenheiro Nuno Mergulhão, integra uma unidade de apoio especial para a educação de alunos com multideficiência, frequentada por várias crianças com variados tipos de deficiência.
O Concurso “Escola Alerta” visa precisamente sensibilizar os alunos para a participação na superação da discriminação, sobretudo no que diz respeito a pessoas com deficiência, através da eliminação de barreiras sociais, de informação e comunicação, urbanísticas e arquitectónicas, que dificultam ou impedem a acessibilidade, o pleno gozo dos direitos humanos e de cidadania e, consequentemente, o exercício efectivo desses direitos.
Sensibilizar e mobilizar os alunos para a igualdade de oportunidades e para os direitos humanos, em particular os das pessoas com deficiência ou incapacidade e promover a participação das escolas e da comunidade na construção de uma sociedade para todos, constituem ainda objectivos do projecto.