segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Música: «Zoetrope»: um espectáculo musical diferente

«Zoetrope», que sobe ao palco do Auditório Municipal de Olhão no próximo dia 28 de Novembro, às 21h30, é um espectáculo musical diferente daquilo a que estamos habituados e que vale a pena conhecer.
Concebido cénica e artisticamente por Rui Horta e com música dos Micro Áudio Waves, «Zoetrope» é um espectáculo total que pode ser visto como uma performance multimédia, um concerto encenado ou uma produção coreográfica, ou seja, vai muito para lá de um simples espectáculo musical, mas a sua definição fica ao critério de cada um dos espectadores. Tudo começa com uma banda de pop electrónica que se desafiou e fez um projecto diferente, dirigida por um coreógrafo que trabalha com vídeo e multimédia.
«Zoetrope» é um espectáculo incorporado no projecto Valados, do qual o Município de Olhão faz parte, entre outras autarquias, no âmbito do programa Algarve Central, sendo co-produzido pela DeVIR.
Este espectáculo trabalha com percepções e baralha-nos propositadamente: a ilusão retiniana descoberta por Muybridge (1830-1904) e montada num brinquedo chamado Zoetrope é o ponto de partida para uma viagem acelerada por ambiências espaciais, realidades alternativas, fantasias equestres e um compêndio de história da tecnologia. Porque na arqueologia do multimédia está a imagem animada, e porque hoje já não vivemos sem extensões do olhar, próteses que alargam a percepção e nos permitem ir ao micro e ao macro.
Três ecrãs são preenchidos de informação visual que formam um invólucro em torno do espaço cénico ocupado pela banda, que além de Flak, C.Morg e Cláudia Efe, a vocalista, conta ainda com a colaboração de Francisco Rebelo.
A cada uma das canções corresponde um efeito gráfico diferente: “A riqueza gráfica está cá por causa da música deles, nada é por acaso. Não é uma coisa para encher o olho. A estética do multimédia unifica o espectáculo”, justifica o coreógrafo Rui Horta. “Propuseram-nos este projecto, que é exactamente o tipo de coisa que nos obriga a questionar, a trabalhar coisas novas... E, provavelmente, haverá muita gente à espera de ver dança e bailarinos, esta foi a primeira luta! As pessoas perguntavam: quem são os performers? Qual é o trabalho do Rui? Não me interessavam os processos habituais. Interessava-me trabalhar com a banda, com a visão de coreógrafo, e fazer o envolvimento do espectáculo. Fizemos um espectáculo de música, mas percebe-se que tem uma construção diferente, com marcações para os músicos e com uma direcção geral da acção a que podemos chamar encenação. E que é, ao mesmo tempo, uma banda a dar um concerto”, refere Rui Horta.
foto João Tuna