segunda-feira, 4 de julho de 2011

“Horizontes do Futuro”: EUNICE MUÑOZ FAZ RETROSPECTIVA DE CARREIRA

Na passada quinta-feira, 30 de Julho, o Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé foi pequeno para receber todos os admiradores de Eunice Muñoz. A consagrada actriz portuguesa esteve em Loulé para apresentar uma conferência integrada no ciclo “Horizontes do Futuro”.

A sua carreira de mais de 70 anos de vida dedicada à representação foi a tónica para este momento que, mais do que uma dissertação, constituiu uma conversa informal com a plateia.

Dos tempos de menina em que teve a sua estreia na companhia de teatro da família, ao auge da carreira com a representação de “Mãe Coragem” e ao reconhecimento do público e das instituições, Eunice Muñoz realçou o seu total empenho na profissão como chave do seu sucesso. “Esta era a minha vocação e quando estamos vocacionados para alguma coisa, tentamos fazê-la o melhor possível”, disse.
Momentos felizes e outros menos felizes, dentro e fora do palco, disse ter feito tudo o que desejou, do teatro ao cinema, passando pela televisão. “Só faltou mesmo foi fazer ópera mas, infelizmente, não tenho voz para isso”, afirmou.
Apesar de considerar o Teatro como a sua existência, referiu a grande satisfação que teve ao interpretar o papel de “Dona Branca” na novela “A Banqueira do Povo”. “Foi um trabalho muito interessante e compensador”, realçou.
Mas em termos das personagens que representou, destacou duas como os que mais a marcaram – “Joana D’Arc” (1955) e “Mãe Coragem” (1986).
Quando questionada sobre o papel das artes na educação dos mais novos e a falta de interesse pelo Teatro, a actriz afirmou ser uma “mulher esperança” e, nesse sentido, disse que mantém a esperança que as coisas melhorem nesta área, e que se dê uma união de esforços para que o Teatro possa ter o papel na sociedade que lhe é devido. No entanto frisou ser “uma lutadora mas não uma revolucionária”.
Neste “Horizontes do Futuro”, Eunice Muñoz deixou ainda uma palavra aos responsáveis da Câmara Municipal de Loulé e a sua admiração pela sua actuação na área da cultura. “Todas as manifestações culturais que saem desta Câmara são sempre muito importantes”, realçou.
Esta conferência contou ainda com um momento teatral protagonizado por José Teiga, do Teatro Análise da Casa da Cultura de Loulé, a encarnar o poeta António Aleixo.