Os candidatos do PSD pelo círculo eleitoral de Faro dedicaram o dia de ontem aos concelhos do barlavento, tendo visitado Aljezur e Vila do Bispo. O final do dia foi marcado por uma conferência sobre o emprego na região, com a presença do economista João Duque.
O dia começou com uma visita a Aljezur, para contactos com a população local. Os candidatos do PSD Algarve foram ouvindo as queixas das pessoas, nomeadamente as motivadas pelo Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Mendes Bota, cabeça-de-lista do PSD Algarve, não poupou as críticas a quem aprovou o Plano “nas costas da população e das autarquias envolvidas”. “É inacreditável que o cabeça de lista por Faro do PS, João Soares, tenha vindo a Aljezur há quatro dias prometer desfazer o que o seu próprio partido aprovou há três meses”, afirmou ainda. “É uma falta de consistência política”, concluiu.
Da parte da tarde, os candidatos do PSD Algarve às próximas legislativas deslocaram-se a Sagres onde foram conhecer um dos empreendimentos turísticos mais recentes da região, o Martinhal Beach Resort, que emprega cerca de 250 pessoas na época alta. Para Mendes Bota “este projecto é um farol na actividade turística do Algarve. São projectos projectos de qualidade como este que merecem o privilégio da sua localização”.
No porto de pesca de Sagres, a comitiva do PSD Algarve ouviu as queixas de Jorge Rosado, presidente da Associação de Armadores de Pesca de Sagres, sobre o novo plano de segurança social, implementado pelo Governo do PS, para esta classe profissional. “O chamado Código Contributivo comprometeu a sustentabilidade da pesca artesanal”, afirmou o cabeça-de-lista do PSD pelo círculo eleitoral de Faro.
Este é um assunto caro a Mendes Bota que já por diversas vezes levou à Assembleia da República, e que considera ser uma injustiça. “Não faz sentido que os proprietários das embarcações sejam obrigados a pagar a segurança social independentemente de poderem trabalhar ou não”. Por isso, o PSD defende “uma alteração deste regime, e o apoio à regularização das dívidas à Segurança Social, provocadas por este novo Código, com redução de juros e pagamentos em prestações”.
João Duque acusa governação Socialista de entrave à criação de emprego na região
À noite, e numa sala do Auditório Municipal de Lagoa cheia, os candidatos do PSD Algarve, Mendes Bota e Pedro Roque, participaram no debate “Emprego no Algarve: Que solução?”. O orador convidado foi João Duque, presidente do ISEG, que apontou o investimento estrangeiro e o fim dos entraves ao licenciamento como o caminho a seguir para revitalizar a região.
“O Estado só atrapalha, só desfaz. Mete dó ouvir as pessoas que querem fazer coisas e não conseguem”, afirmou o economista. João Duque, que relembrou que o facto de Portugal ter pedido ajuda externa tardiamente vai custar aos cofres públicos mais 700 milhões de euros por ano, apontou ainda um rumo para o turismo algarvio. “É preciso diferenciar o turismo do Algarve. Mostrar que é diferente, que vale a pena. Senão, as pessoas vão para outro lado”.
Na sua intervenção nesta conferência o cabeça-de-lista do PSD pelo Algarve, Mendes Bota, denunciou os bloqueios que o governo socialista colocou na região. “Todas as potencialidades que o Algarve tem estão totalmente bloqueadas. Não temos agricultura, nem pescas, nem floresta. E temos uma aposta errada no turismo, com a valorização excessiva do mercado low-cost”, referiu Mendes Bota. “O Algarve é um território com muitos planos, mas que está completamente desordenado”, concluiu.