domingo, 13 de fevereiro de 2011

Estudo sobre a "gestão da diabetes de forma estruturada "


A gestão da diabetes de forma estruturada pode melhorar significativamente o controlo glicémico geral e reduzir os valores da HbA1c na diabetes de tipo 2 não insulinotratada

Um conceito inovador na gestão da diabetes, que inclui a automonitorização da glicemia de forma estruturada, a visualização dos dados, a análise dos padrões e os ajustes na terapêutica que daí advêm, pode reduzir significativamente os valores da HbA1c, melhorar o controlo glicémico e aumentar a qualidade de vida dos doentes. Estes são os resultados-chave de 12 meses do estudo Structured Testing Protocol (STeP - Protocolo de Teste Estruturado), recentemente publicado na revista científica Diabetes Care.[i]

A automonitorização da glicemia é um elemento bem estabelecido da gestão da terapia em pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 insulinotratadas.[ii],[iii] No entanto, surgiram opiniões controversas sobre se a automonitorização da glicemia é similarmente benéfica em pessoas com diabetes tipo 2 não insulinotratada.[iv],[v],[vi],[vii] Para obter novas conclusões sobre este assunto foi realizado o estudo STeP: Um ensaio clínico multi-cêntrico, prospectivo, com grupos aleatorizados, que examinou o impacto da automonitorização estruturada da glicemia em 483 pessoas com diabetes tipo 2 não insulinotratada que evidenciaram um controlo glicémico fraco (HbA1c ≥ 7,5%) no início do estudo. Os resultados forneceram novas e significativas evidências sobre a sua eficácia.


A concepção do estudo - controlo normal da diabetes versus controlo estruturado da diabetes


Os participantes foram recrutados em vários consultórios de cuidados primários do leste dos Estados Unidos. Os consultórios foram atribuídos aleatoriamente a um grupo de controlo activo (ACG - active control group, n=227) ou a um grupo de teste estruturado (STG - structured testing group; n=256). A duração do estudo foi de 12 meses e as avaliações dos parâmetros clínicos foram realizadas no início do estudo e durante as consultas marcadas para os meses 1, 3, 6, 9 e 12. Durante as consultas, os profissionais de saúde obtiveram dados laboratoriais relevantes e todos os participantes preencheram questionários relativos à sua qualidade de vida. Os doentes no grupo de controlo activo receberam o tratamento habitual, em conformidade com as recomendações relativas ao tratamento padrão nos E.U.A. Os doentes do grupo de teste estruturado receberam o mesmo tratamento, mas o seu protocolo foi complementado com o conceito de gestão estruturada da diabetes focado na automonitorização estruturada da glicemia. Os doentes de ambos os grupos receberam gratuitamente medidores de glicemia e tiras teste.


Análise dos perfis individuais de glicemia - solução para uma gestão eficaz da diabetes de forma estruturada


O conceito inovador baseia-se em perfis glicémicos de 7 pontos estruturados (em jejum, pré-prandial e 2 horas pós-prandial a cada refeição e ao deitar), recolhidos e documentados ao longo de 3 dias consecutivos antes de cada consulta marcada trimestralmente com o profissional de saúde. Para documentarem os valores glicémicos, a quantidade de refeições, os níveis de energia, e para comentarem a sua experiência com a automonitorização da glucose sanguínea, os participantes do grupo de teste estruturado utilizaram a ferramenta de perfil de 3 dias Accu-Chek® 360° View. Discutiram os perfis obtidos com os seus prestadores de cuidados de saúde em todas as consultas médicas. Para os familiarizar com o protocolo, os doentes no braço de estudo do grupo de teste estruturado receberam uma formação uniformizada em automonitorização da glucose sanguínea, enquanto os seus médicos foram igualmente formados e equipados com um algoritmo que sugere as estratégias de medicação apropriadas.


Valores da HbA1c significativamente reduzidos com a utilização de uma gestão da diabetes de forma estruturada


A análise da intenção de tratar (ITT - intent-to-treat) demonstrou melhorias significativas nos valores médios da HbA1c nos doentes de ambos os grupos, ACG e STG. Contudo, após 12 meses, os valores da HbA1c foram significativamente mais baixos nos doentes do grupo de teste estruturado do que nos participantes do grupo de controlo activo (-1,2% vs. -0,9%; Δ=‑0,3%, p=0,04). A análise de acordo com o protocolo demonstrou uma redução ainda maior na HbA1c (-1,3% vs. -0,8%; Δ=‑0,5%, p<0,003). A avaliação posterior dos dados do grupo de teste estruturado revelou reduções significativas nos níveis de glucose pré e pós-prandial em todos os pontos temporais (p<0,001). Ainda mais importante, não houve uma queda significativa do mês 1 ao mês 12 nas excursões glicémicas pré e pós-prandiais em todas as refeições: pequeno-almoço (44 mg/dL a 35 mg/dL, p<0,005), almoço (25 mg/dL a 17 mg/dL, p<0,03) e jantar (34 mg/dL a 26 mg/dL, p<0,05). Além disso, a amplitude média das excursões glicémicas (MAGE) (p=0,0003) no grupo de teste estruturado indicou reduções médias significativas na variabilidade glicémica (mês 1: 38,5 mg/dL vs. mês 12: 34,3 mg/dL).

Resultados significativos para melhores ajustes da terapêutica e melhor controlo glicémico

A utilização do conceito de gestão da diabetes de forma eficaz e estruturada com a análise dos padrões individuais, conforme aplicado no braço do grupo de teste estruturado com a ferramenta de perfil de 3 dias Accu-Chek 360° View, pode conduzir a melhores resultados médicos, clinicamente significativos, em pessoas com diabetes tipo 2 com controlo deficiente e não insulinotratadas. Uma vez que o protocolo do grupo de teste estruturado dá ênfase ao momento em que os doentes fazem o teste e ao modo como os profissionais de saúde utilizam os dados clinicamente relevantes, suportados pelas ferramentas Accu-Chek da Roche Diabetes Care, pode ser apropriado dar uma atenção especial ao aumento da qualidade da automonitorização da glicemia de forma estruturada e ao modo como os resultados do teste são utilizados. A integração da automonitorização estruturada da glucose sanguínea num programa de tratamento conjunto e, por conseguinte, nas rotinas de terapêutica das pessoas com diabetes de tipo 2 não insulinotratada, pode conduzir a uma melhor interacção médico-doente, suportando decisões terapêuticas mais informadas e resultando num melhor controlo glicémico.
Para mais informação sobre o estudo STeP, visite: Link Diabetes Care - Link Behavioral Diabetes Institute