quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fórum Guadiana debate gestão ambiental integrada como factor de estímulo à economia



No próximo dia 30 de Junho, a partir das 09h30, terá lugar na Biblioteca de Vila Real de Santo António o encontro Fórum Guadiana, um evento orientado para a sociedade civil e organizado pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg para discutir o futuro do estuário internacional do Guadiana numa perspectiva de gestão integrada. Com este encontro, o CIMA quer sentar à mesma mesa os vários actores e as principais entidades que gerem e influenciam o estuário do Guadiana, desde investigadores, geólogos e biólogos, a políticos, gestores públicos e privados, economistas, organizações não governamentais e empresários, de modo a promover o diálogo entre todas as partes interessadas, deste e do outro lado da fronteira, a favor de uma gestão estuarina integrada, que promova a estimulação da economia através do uso apropriado dos recursos ambientais.
Poderá a riqueza ambiental traduzir-se em riqueza económica? Esta será uma das várias questões a que os intervenientes no Fórum Guadiana vão tentar responder no próximo dia 30 de Junho, em Vila Real de Santo António.
A meia centena de participantes esperados vai ainda poder reflectir, em conjunto com os especialistas convidados, sobre a aplicação da Directiva-Quadro da Água no Baixo Guadiana ou percorrer as múltiplas perspectivas em que o sistema estuarino do Guadiana pode ser analisado. Outro tema em discussão será a gestão de zonas costeiras «verdadeiramente integrada», e que plataformas e procedimentos poderão ser adoptados para a promover, explica o Prof. Tomasz Boski, coordenador do CIMA e dos projectos de investigação SPICOSA (Science and Policy Integration for Coastal System Assessment) e RISE (Rede de Investigação do Sudoeste Europeu), no âmbito dos quais acontece o Fórum Guadiana.
Segundo Tomasz Boski, «a gestão integrada, de um modo geral, é extremamente difícil de concretizar porque implica colocar em diálogo efectivo os vários agentes ligados ao recurso que se pretende gerir.» E, continua o responsável, «nem todos falam a mesma língua», o que implica doses elevadas de «vontade de entendimento, flexibilidade e esforço científico para ir ao encontro dos parceiros».
No caso concreto do estuário do Rio Guadiana, recurso que o CIMA tem vindo a estudar activamente ao longo dos anos e sobre o qual se debruça actualmente no contexto dos projectos SPICOSA e RISE, «percebemos a dada altura que cada agente tem a sua perspectiva sobre o que é e como deve ser gerido o estuário e que, apesar de à partida as várias posições poderem parecer antagónicas, na esmagadora maioria dos casos, e resolvidos os problemas de comunicação, verifica-se quem pelo contrário, são complementares».
Neste contexto, a terceira edição do Fórum Guadiana pretende reafirmar-se como «uma oportunidade de debate sobre as várias visões e o papel de diferentes participantes na gestão integrada do estuário do Guadiana com um objectivo principal, a estimulação da economia pelo uso apropriado de recursos ambientais».
Além de promover o diálogo acerca da utilização de recursos naturais do estuário, preservando a qualidade paisagística e ambiental, Tomasz Boski explica que com esta reunião se pretende também «confrontar as várias posições não necessariamente opostas dos actores da cena estuarina».
No Fórum Guadiana serão ainda apresentados os resultados mais recentes do projecto SPICOSA, nomeadamente, uma ferramenta virtual de gestão integrada daquele estuário desenvolvida pelo CIMA: «O Guadex integra as vertentes de gestão ambiental, ecológica, social e económica, permitindo simular diferentes cenários e o seu impacte sobre o estuário.»