quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Bando traz D. Afonso Henriques a Olhão


No dia 10 de Abril, pelas 16 horas, no Auditório Municipal de Olhão, a Companhia de Teatro O Bando recria o tempo em que viveu Afonso Henriques, trazendo um novo olhar sobre a sua dramaturgia e a sua cenografia, actualizando a contemporaneidade inerente, reacendendo com fogo novo as glórias e vicissitudes do nosso primeiro rei.
Considerado o Melhor Espectáculo para a Infância e Juventude pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, em 1983, “Afonso Henriques” é um espectáculo encenado por João Brites que confronta a imagem que se tem do nosso primeiro rei com os diferentes relatos e memórias que foram sendo transmitidos ao longo dos tempos.
O menino Afonso Henriques era aleijado das pernas, sonhou um dia ser um rei invencível contra os mouros e castelhanos, mas quando acordou verificou que as suas pernas eram perfeitas e que no lábio superior lhe crescia um bigode.
Já homem feito, o nosso Afonso Henriques anda de batalha em batalha, quando se lembra que o reino precisa de um herdeiro. As bodas desenrolam-se em Coimbra, casa com D. Mafalda e o seu filho nasce no dia de S. Martinho.
O rei escolhe um punhado de homens e durante a noite ataca de surpresa a cidade de Santarém. Em nome do reino de Deus, estes cristãos da Idade Média matam os mouros adormecidos e conseguem conquistar a cidade.
A partir de um poema épico de tradição oral e de crónicas da idade média, O Bando apresenta-nos o retrato de uma criança que herda um pedaço de terra lá para os lados de Astorga, de um adolescente que aprisiona a mãe, de um guerreiro que mata e que saqueia e que se zanga com o Papa, de um conquistador terrível que, em nome do reino de Deus, ataca sempre de surpresa, de um velho friorento que se liberta das mãos dos castelhanos e morre aprisionado nas memórias e nas imagens de todos nós.
Desde o ano de 1974, O Bando criou mais de 60 espectáculos, alguns deles à procura das multidões (Expo`98: Peregrinação), num percurso onde estiveram mais de 4 milhões de espectadores, espalhados por centenas de localidades de Portugal e do Mundo. Esta Companhia de Teatro move-se nos terrenos da utopia, da festa e da experimentação, três modos de ser que definem a sua singularidade – uma utopia que é um desejo de transformação, uma festa que é uma comunhão de energias, uma experimentação que é uma constante procura de sentido para as coisas do mundo.
Com interpretações de Ana Brandão, Guilherme Noronha, Miguel Jesus, Nicolas Brites e Sara de Castro, esta co-produção com o Teatro Municipal D. Maria II, procura despertar o espírito crítico das crianças. Imperdível!