sábado, 27 de março de 2010

Festa das Tochas Floridas marca encontro com a Tradição, em São Brás de Alportel


ergue-se a tocha ao alto, ao ritmo do refrão, em honra a Cristo ressuscitado e grita-se: “Ressuscitou como disse! Aleluia, Aleluia, Aleluia!”



No próximo domingo de Páscoa, dia 4 de Abril, a tradição marca novamente encontro em São Brás de Alportel, numa das mais belas e genuínas festas religiosas do país. A Procissão da Ressurreição, em São Brás de Alportel, vila do sotavento algarvio, é uma manifestação singular do sentir do povo... Ao sabor da fé, em cada domingo de Páscoa, cobre-se de flores o chão e ergue-se a tocha ao alto, ao ritmo do refrão, em honra a Cristo ressuscitado. “Ressuscitou como disse! Aleluia, Aleluia, Aleluia!” este é o grito que ecoa pelas ruas, cobertas de flores. Nas varandas as colchas coloridas esvoaçam ao sabor do vento e assinalam mais uma das tradições da terra, o concurso das Varandas Floridas.
Neste dia festivo, durante a manhã, em redor do Largo de São Sebastião, os sabores encontram-se e dão a provar os doces regionais feitos à base dos melhores produtos serranos, a amêndoa, o figo, a alfarroba e ainda os doces tradicionais da época como os folares.
À tarde, junta-se à festa a música, a dança e a poesia... numa Tarde Cultural que inicia às 15h30, com momentos de animação e ainda mais alguns bons motivos para provar os doces e petiscos regionais. Na edição deste ano, o cantor popular Marante é o convidado de honra desta Tarde Cultural, onde também marcam encontro o Grupo de Música Tradicional "Cante Andarilho" e o Grupo Mirsalah, com Denise Carvalho.
No próximo domingo de Páscoa, dia 4 de Abril, São Brás de Alportel será uma vez mais palco de uma das mais genuínas manifestações culturais de cariz religioso do país - a secular Procissão de Aleluia, em honra de Cristo ressuscitado, onde os andores dão lugar às flores, que ornamentam magníficas tochas.
As ruas apinham-se de gente, as varandas estão engalanadas, as colchas estendidas ondulam ao vento. Deslumbrantes tapetes de flores, magnífico trabalho de mãos voluntariosas, descrevem o percurso da Procissão.
Em nome da fé e da tradição, erguem-se as tochas ao alto e canta-se o refrão sentido “Ressuscitou como disse! Aleluia! Aleluia! Aleluia.
São Brás de Alportel é uma terra em festa em cada domingo de Páscoa. Filhos seus, dispersos por outras terras do país e do mundo, tornam à terra que os viu nascer, neste dia que é de orgulho para todos os são-brasenses. Mas não só os filhos da terra visitam São Brás neste dia, ano após ano, são milhares os turistas que passam por São Brás no domingo de Páscoa.
Quem visita a vila de São Brás de Alportel neste dia, pode ainda apreciar a saborosa doçaria, num espaço de mostra e venda de produtos locais – “Encontro de Sabores” -, no Largo de São Sebastião, aberto ao público desde as 10h00. Não deixe de provar as típicas amêndoas tenras de São Brás, os folares típicos desta época do ano e de saborear as receitas genuínas, à base de figo, amêndoa ou alfarroba, verdadeiro chocolate da serra.
À tarde, o Adro da Igreja Matriz acolhe uma tarde cultural, onde pode assistir a espectáculos de música popular portuguesa, conhecer os premiados dos concursos de jogos florais, tochas e varandas, enquanto saboreia doces e petiscos regionais, num espaço dedicado aos sabores.
O convidado especial desta Tarde Cultural é o conceituado artista Marante, mas o cartaz contempla ainda o grupo de música tradicional “Cante Andarilho” e um momento de dança.
Apresentação
A Procissão da Ressurreição, em São Brás de Alportel, vila do sotavento algarvio, é uma manifestação singular do sentir de um povo.
Ao sabor da fé, em cada domingo de Páscoa, cobre-se de flores o chão e Este é o grito que ecoa pelas ruas, cobertas de flores. Esta é a voz da Fé que se renova ano após ano. Esta é a força da tradição!
A vila é um mar de tochas floridas. Os homens, formando alas, abrem a procissão, empunhando uma tocha na mão. Ao longo da procissão, reúnem-se em pequenos grupos para, alternadamente, se levantar o grito do “aleluia”.
As ruas apinham-se de gente, as varandas estão engalanadas, as colchas estendidas ondulam ao vento. Deslumbrantes tapetes de flores, magnífico trabalho de mãos voluntariosas, descrevem o percurso da Procissão. É a tradição quem fala mais alto neste dia, e por ela erguem-se as tochas, canta-se “Ressuscitou como disse! Aleluia! Aleluia! Aleluia!”, sente-se a emoção de um dia pleno de sentir popular.
São Brás de Alportel é uma terra em festa em cada domingo de Páscoa. Filhos seus, dispersos por outras terras do país e do mundo, tornam à terra que os viu nascer, neste dia que é de orgulho para todos os são-brasenses.
Mas não só os filhos da terra visitam São Brás neste dia, ano após ano, são milhares os turistas que passam por São Brás no domingo de Páscoa.
Durante a tarde, o Adro da Igreja Matriz acolhe o encontro de sons e sabores, onde pode assistir a espectáculos de música popular e adquirir doces e petiscos regionais. Não deixe de provar as típicas amêndoas tenras de São Brás.
O Tapete de Flores
Um longo tapete com 1Km de flores cobre o chão, descrevendo o percurso da Procissão, como se a Primavera também ela viesse celebrar este dia de Festa.
Para construir esta verdadeira obra de arte, são precisas 3 toneladas de flores, num trabalho que resulta de um centena de voluntários.
Depois de uma árdua semana de trabalho, na apanha e preparação das flores, é na véspera do Domingo de Páscoa, por volta das 5h00, que todos os minutos são poucos, noite fora, até ao amanhecer, para que quando o sol chegar, possa fazer brilhar o magnífico tapete florido que descreve o percurso da Procissão e que pode ser observado a partir das 09h30, nas Ruas da Vila de São Brás de Alportel.
O Encontro de Sabores
A partir das 10h00, no Largo de São Sebastião (localizado no centro da localidade, à beira do percurso da procissão), pode apreciar os doces típicos desta Vila do Sotavento Algarvio.
Numa pequena feira de doces regionais, estão representados os irresistíveis sabores do sul do país: os típicos folares da Páscoa, as amêndoas tenras de São Brás, os doces à base de frutos secos: figo, amêndoa e a maravilhosa alfarroba, o chocolate da serra, que não vai querer deixar de provar. Tudo isto e muito mais para provar no Encontro de Sabores, na Festa das Tochas Floridas.
A Tarde Cultural
Durante a tarde, no Adro da Igreja Matriz, a organização proporciona aos visitantes uma tarde cultural, com a participação de vários grupos musicais, sendo a música portuguesa o ingrediente principal.
E enquanto se escutam os sons, podem também apreciar-se os sabores dos doces regionais e dos petiscos típicos, num espaço de mostra e venda da gastronomia e doçaria regional.
A não deixar de provar: os saborosos folares, doce típico desta quadra e as amêndoas tenras de São Brás, feitas artesanalmente, em tachos de cobre.
A Organização:
Município de São Brás de Alportel / Associação Cultural Sambrasense / Paróquia de São Brás, Apoio: Junta de Freguesia de São Brás de Alportel


Nota Histórica
Esta procissão foi outrora popular em todo o Algarve. As confrarias eram então obrigadas a levar uma tocha acesa ou luminária e opas vestidas.
Posteriormente, a falta de cera levou ao aparecimento de paus pintados e ornamentados com flores, no cimo do qual se colocava uma pequena vela. Mais tarde, com o desaparecimento das confrarias, permanecem na procissão os paus enfeitados, as lanternas e as velas acesas ao lado do pálio e as opas, que ainda hoje são trajadas pelos homens que transportam o pálio.
Ao longo da procissão, sempre se cantaram hinos, responsos e o Aleluia, em honra da Ressurreição do Senhor. Outrora havia um ou dois coros a cantar e o povo respondia, mas com o passar do tempo, a falta de clero e de cantores, levou a que o canto ficasse na boca do povo.

Nota Informativa, por Padre José da Cunha Duarte

A Procissão, na manhã do dia de Páscoa, é em honra da Ressurreição do Senhor, outrora foi popular em todo o Algarve.
Esta Procissão de Aleluia ou das Tochas Floridas não leva andores com santos, debaixo do pálio, vai apenas o SS.mo Sacramento. Sempre foi obrigatório às confrarias levarem uma tocha acesa ou luminária e opas vestidas.
A falta de cera levou ao aparecimento de paus pintados e ornamentados com flores, no cimo do qual se colocava uma pequena vela. Com o desaparecimento das confrarias ficaram os paus enfeitados, as lanternas e velas acesas ao lado pálio e as opas nos homens que transportam o pálio.
Ao longo da procissão sempre se cantou hinos, responsos e o Aleluia, em honra Ressurreição do Senhor. Outrora havia um ou dois coros a cantar e o povo respondia. Com a falta de clero e de cantores, o canto ficou na boca do povo.
Ao estudar os costumes e tradições religiosas da região algarvia, no fim do século XIX e início do século XX, o Padre José Manuel Semedo Azevedo afirma que a procissão de Aleluia «está tão espalhada que poucas ou nenhumas freguesias a não fazem. Nalguns lugares ela tem foros de grande acontecimento. As ruas são juncadas, nas casas põem-se colgaduras e até as próprias velas das crianças e dos fiéis são floridas. É a procissão das flores, como nalguns lugares lhe chamam».
As normas litúrgicas dizem que esta procissão «será feita logo de manhã antes da Missa ao romper da aurora», para recordar as três Marias que foram ao sepulcro ao nascer do sol e encontraram o túmulo vazio.
Até ao século XX, esta procissão era muito popular em todo o Algarve. Com a implantação da República quase tudo desapareceu devido aos arruaceiros e proibição do Governo.
Reposta a liberdade de culto, «poucas são as freguesias onde ainda se cantam as antífonas, os versículos e as orações próprias. No início do século XXI, só algumas paróquias mais tradicionalistas e cristãs é que realizam esta procissão (Cf, P. José Manuel Semedo Azevedo, 1960, Procissões da Semana Santa e de Domingo de Páscoa, Faro).

A Procissão
A são-brasense Helena Lopes da Cruz deixou-nos um testemunho escrito muito valioso na sua Monografia de S. Braz de Alportel, escrita na sua juventude, possivelmente na década de 1920
As velas e paus enfeitados estão presentes:
“Outra festa de grande devoção é a da Páscoa.
O que mais caracteriza esta festa é a procissão da Ressurreição. No domingo de Pascoa, homens e crianças, envergando opas, levam tochas ( paus velas grandes de um metro e meio de comprido), enfeitados até ao meio de flores naturais. Percorrem as ruas adeante do palio entoando. - Ressuscitou como disse Alleluia, Alleluia. É a unica terra do Algarve onde se faz esta cerimónia e, por isso acorrem a S. Braz muitos forasteiros”.