quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DESEMPREGO NO ALGARVE– "Um Natal de angústia para milhares de trabalhadores e respectivas famílias" - Uião dos Sindicatos do Algarve


A luta contra o desemprego continua mas....

...as filas nos Centros de Emprego são cada vez maiores

Sobre o DESEMPREGO NO ALGARVE, a União dos Sindicatos do Algarve enviou um comunicado à imprensa, que transcrevemos na íntegra, daando conta que este vai ser "um Natal de angústia para milhares de trabalhadores e respectivas famílias", com os números do desemprego a registarem "MAIS DE VINTE E SEIS MIL DESEMPREGADOS EM NOVEMBRO", sublinhando os sindicalistas que "NUNCA SE TINHA REGISTADO TAL VOLUME DE DESEMPREGO NA REGIÃO".

COMUNICADO

Os dados ontem (22 de Dezembro) disponibilizados pelo IEFP, e relativos ao desemprego registado no Algarve, no mês de Novembro de 2009, indicam que:
§ Naquele mês existiam 24.202 desempregados, o que corresponde ao pior registo oficial de desempregados em qualquer mês do ano nos últimos vinte anos;
§ Há mais 9.056 desempregados do que havia no mesmo mês do ano anterior;
§ Entre Novembro de 2008 e Novembro de 2009 o desemprego cresceu 59,8%;
§ O Algarve continua a ser a Região do país com maior crescimento homólogo do desemprego, situando-se muito acima do crescimento médio do país, o qual se situou nos 28,2%;

Contudo, é importante salientar que:
§ O crescimento acentuado de desempregados inseridos em programas ocupacionais tende a distorcer as comparações relativas a anos anteriores, motivo pelo qual se torna importante analisar o seu peso concreto. Assim, em Novembro de 2008 existiam 15.146 desempregados inscritos no IEFP, dos quais 1.232, inseridos em programas ocupacionais, e em Novembro de 2009, 26.218, dos quais 2.016 inseridos em programas ocupacionais;
§ Em Novembro de 2008 o desemprego registado já tinha crescido 14,5% relativamente ao mesmo mês do ano anterior, o que significa que existe crescimento de desemprego sobre crescimento de desemprego;

Numa região onde o desemprego cresceu desta forma no espaço de um ano, atingindo mais de vinte e seis mil trabalhadores em Novembro, e, ao que tudo indica, preparando-se para chegar a valores ainda superiores nos próximos meses; onde a precariedade atinge uma dimensão que a coloca entre as regiões de maior precariedade laboral da Europa; onde os salários são 13% inferiores à média nacional – e com assimetrias profundas a nível dos diferentes concelhos –; onde o flagelo dos salários em atraso está ressurgir, o Natal de 2009 não é seguramente uma época festiva e de alegria para muitos milhares de trabalhadores;

Numa região onde encerram todos os dias micro e pequenas empresas, desaparecendo simultaneamente os respectivos postos de trabalho, e muitas centenas de empresas enfrentam crescentes dificuldades para sobreviverem, muitas delas aguardando o fim da quadra natalícia para encerrarem as portas, o Natal de 2009 não é seguramente uma época festiva e de alegria para muitos milhares de algarvios;

Numa região onde milhares de pessoas se dirigem aos serviços da segurança social, às instituições particulares de solidariedade social, às misericórdias, às obras sociais da igreja e às autarquias locais, solicitando apoios de diversa ordem para poderem ter os meios mínimos de subsistência, o Natal de 2009 não é seguramente uma época festiva e de alegria para milhares de famílias algarvias;

Numa região onde cresce aceleradamente o número de pessoas a requerer o subsídio de reinserção social, onde as manchas de pobreza e de exclusão social são cada vez maiores, o Natal de 2009 não é seguramente uma época festiva e de alegria para milhares de algarvios;

É pois o tempo oportuno para reflectir, que por detrás das luzes e enfeites que decoram as nossas cidades, estão milhares de algarvios cujo Natal é amargo e angustiado e que não é este o Natal que queríamos ter no Algarve;

E poderia ser diferente, se em tempo certo o poder político tivesse assumido as medidas e as decisões acertadas. Mas não as tomou, nem essas, nem outras, virou a cara para o lado e a crise económica e social está instalada, com as consequências que estão à vista. Não podemos, nem queremos, aceitar a ideia de que não existem soluções para os problemas que afligem o Algarve e os algarvios;

O Governo tem a responsabilidade e a obrigação de apresentar e fazer executar as medidas que afastem a crise que afecta a nossa região, que travem o desemprego, promovam o emprego, garantam a protecção social dos desempregados e dos carenciados e relancem a economia regional. É o mínimo que se lhe pode exigir e é isso que lhe exigimos.

É pois com este espírito de acreditar que é possível trilhar novos caminhos para o Algarve e resolver os seus problemas que manifestamos a nossa solidariedade para com os milhares de famílias algarvias que atravessam um período bem difícil das suas vidas.