quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
campanha de esclarecimento sobre portagens na Andaluzia
Municípios do Baixo Guadiana e comerciantes levam por diante uma acção que será desenvolvida, durante as próximas semanas, na fronteira do Guadiana e junto dos media espanhóis. Estratégia aposta nos mercados de proximidade
Os municípios de Vila Real de Santo António, Alcoutim e Castro Marim iniciaram, esta terça-feira, uma campanha junto ao posto fronteiriço da Ponte Internacional do Guadiana, informando os automobilistas oriundos da Andaluzia de que não necessitam de pagar portagens para chegarem a qualquer um destes três concelhos do Baixo Guadiana.
A acção foi levada a cabo depois de um conjunto de comerciantes de Vila Real de Santo António ter solicitado à autarquia vila-realense para que tomasse medidas para travar as significativas quebras de visitantes oriundos da Andaluzia, desde que entraram em vigor as portagens na Via do Infante, a 8 de Dezembro.
Para levar a campanha por diante, uma equipa da Associação de Desenvolvimento da Baixa de Vila Real de Santo António vai estar, nos próximos dias, em permanência, junto ao posto de fronteira, informando os automobilistas espanhóis que não necessitam de comprar nenhum dispositivo para entrar no país e que terão à sua disposição duas saídas gratuitas na A22 (Castro Marim/VRSA e Altura/Monte Gordo), como sempre sucedeu.
O período escolhido para esta acção coincide com a época em que o Algarve é visitado por muitos espanhóis para férias de fim de ano ou em que muitos andaluzes recorrem ao comércio português para comprar os presentes de Reis.
Para aumentar a eficácia da comunicação, os municípios criaram um folheto informativo trilingue (castelhano, inglês e português) onde se explicam quais as alternativas gratuitas à Via do Infante e se destaca que nada mudou na forma de chegar a Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, não sendo, por isso, necessário comprar qualquer título.
Está igualmente prevista a realização de uma campanha junto dos meios de comunicação da Andaluzia, desenvolvida em conjunto com os comerciantes do Baixo Guadiana, sob o lema «Cruzar a fronteira é grátis».
A estratégia de comunicação será acompanhada pela colocação de outdoors em Ayamonte, Huelva e Sevilha e pela distribuição de folhetos informativos junto das cidades espanholas mais próximas da fronteira portuguesa, onde a imprensa andaluza tem evidenciado a falta de informação sobre as formas de utilizar a Via do Infante.
REABERTURA DA PASSAGEM DE NÍVEL DO BIOGAL
Existem compromissos desde 1998, confirmados sucessivamente com vista ao encerramento desta passagem de nível.
Esse encerramento, de caracter experimental teve lugar no final da semana passada, o que esclarecemos em nota pública.
Entretanto verificaram-se dificuldades nas vias alternativas para as viaturas pesadas e tratores agrícolas.
Assim o Município solicitou à REFER a reabertura provisória da passagem de nível até que se concretizem em definitivo as soluções alternativas.
A circulação está restabelecida.
BOLSAS DE ESTUDO EM FARO
O Município de Faro prossegue a sua política de igualdade de oportunidades, concretizando o seu papel de apoio aos munícipes desfavorecidos.
São atribuídas um total 17 bolsas de estudo, 15 ao ensino secundário e 2 ao ensino superior.
Neste contexto, a Câmara Municipal de Faro deverá atribuir €32.980 em bolsas de estudo, durante este ano letivo, com vista à minimização das diferenças sócio-económicas e à valorização do mérito dos jovens do concelho.
ORQUESTRA DO ALGARVE SOBE AO PALCO DO CINE-TEATRO LOULETANO
A 1 de janeiro, pelas 17h00, o Cine-Teatro Louletano recebe o tradicional Concerto de Ano Novo da Orquestra do Algarve. O espetáculo vai ser dirigido pelo Maestro Pedro Neves e terá como solista a soprano Sónia Grané.
Neste momento musical serão interpretados peças dos compositores Pedro António Avondano (1714-1782), Georg Friedrich Handel (1685-1759), W.A. Mozart (1756-1791), Gioacchino Rossini (1792-1868), Gaetano Donizetti (1797-1848), Richard Strauss (1864-1949), Johann Strauss (1825 - 1899) e Anne Victorino d’Almeida (1978), esta última numa estreia.
O preço dos bilhetes é de 10 euros.
O Maestro
A personalidade artística de Pedro Neves é marcada pela profundidade, coerência e seriedade da sua interpretação musical, destacando-se assim como promissor maestro português. O seu percurso musical inicia-se no conservatório da cidade de Aveiro, onde estudou violoncelo com a Prof. Isabel Boiça. Mais tarde ingressa na Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa, na classe do Prof. Paulo Gaio Lima, onde conclui o grau de bacharelato em 1996. No mesmo ano obtém uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian para continuar o seu aperfeiçoamento artístico com o Prof. Marçal Cervera, na Escola de Música Juan Pedro Carrero, em Barcelona, onde se mantém até 1999. Paralelamente frequenta masterclasses com Maria de Macedo, Paulo Gaio Lima, Daniel Grosgurin, Marçal Cervera e Anner Bylsma.
Como violoncelista participou em diversas formações das quais se destacam a Orquestra Portuguesa da Juventude, Orquestra de Jovens do Mediterrâneo, Orquestra de Jovens de Baden-Wuttenburg. Entre 1999 e 2005 integrou a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Apresentou-se em várias digressões em Espanha, França, Alemanha, Brasil, EUA, Japão, Macau, Tailândia, entre outras.
Foi premiado nos concursos “Juventude Musical Portuguesa” e “Prémio de Jovens Músicos”.
Pedro Neves interessa-se muito cedo pela direção e começa o seu percurso como maestro em 1988 na Sociedade Recreativa e Musical 12 de Abril, sediada na sua terra natal, da qual é diretor artístico desde 1992.
Paralelamente à sua atividade como violoncelista, estudou direção de orquestra com o reconhecido pedagogo e maestro Jean Marc Burfin na Academia Nacional Superior de Orquestra, onde obtém o grau de licenciatura com elevada classificação. Em virtude do seu crescente desejo de se aperfeiçoar como maestro, Pedro Neves aprofundou os seus conhecimentos com Emílio Pomarico em Milão, frequentou masterclasses com Alexander Polishcuk e foi assistente de Michael Zilm.
Pedro Neves foi convidado para dirigir a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Nacional do Tejo, a Filarmonia das Beiras, a Orquestra de Câmara Portuguesa, a Orquestra do Algarve, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e a Orquestra Esproarte, da qual foi maestro titular de 2004 a 2008.
Pedro Neves é professor na Academia Nacional Superior de Orquestra e maestro titular da Orquestra Clássica de Espinho, onde desenvolve um projeto com jovens músicos em início de carreira profissional. Atualmente é doutorando na Universidade de Évora onde realiza um doutoramento sobre as seis sinfonias de Joly Braga Santos.
Em Abril de 2011 assumiu o cargo de maestro titular da Orquestra do Algarve. É fundador da camerata Alma Mater.
A Solista
Sónia Grané estudou na EMCN com Manuela de Sá e José Manuel Brandão. Atualmente estuda com Lillian Watson e Jonathan Papp na Royal Academy of Music onde terminou recentemente o mestrado em performance com alta distinção e onde está a fazer uma especialização em ópera.
Sónia atua regularmente em Portugal, França e Reino Unido não só em recitais mas também em ópera. Já interpretou Dido Dido and Aeneas (TNSC); Papagena, 1ª Dama e 1º Rapaz Die Zauberflöte (TNSC); Cis e Harry (cover) Albert Herring (Royal Academy of Music); Despina Così fan tutte (Verbier Festival) e Lucia The Rape of Lucretia (BYO).
Durante o último ano letivo foi uma das semi-finalistas no grande concurso Kathleen Ferrier, vencedora de diversos concursos na RAM e do 1º prémio do Concurso de Lieder de Oxford. Recentemente foi vencedora do 1º Prémio da 5ª edição do Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa.
Os seus projetos futuros incluem os papéis de Pamina Die Zauberflöte, Sophie Der Rosenkavalier e cover de Ninetta La Périchole, diversos concertos a solo no Reino Unido, incluindo em St.John’s Smith Square, St. Martin-in-the-Fields e King’s Place. É apoiada por diversas instituições no Reino Unido e pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Autódromo Internacional do Algarve soma prémios e distinções
Desde a sua abertura em Novembro de 2008 que o Autódromo Internacional do Algarve tem recebido, tanto a nível nacional como internacional, vários prémios e distinções. O último aconteceu no passado mês de Novembro quando a Infront Motor Sports, entidade gestora do Campeonato do Mundo de Superbike, atribuiu ao AIA o “Superbike World Championship Organizer Award 2011”.
Se este prémio tem uma importância particular, outros há que se destacam como o “Motorsport Facility of the Year”, distinção feita pelo Professional Motorsport World Expo Awards em 2009 ou a referência feita pela prestigiada revista inglesa Autosport que elegeu o Circuito de Portimão como um dos melhores do mundo também em 2009.
Para além dos já referidos, o AIA foi ainda distinguido pela “Fast Bike Magazine” como o Circuito da Década, pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting com o Prémio Prestígio em 2008 e por um sem número de órgãos de comunicação social que foram, ao longo destes últimos três anos, assinalando o circuito algarvio como pista de referência.
Estas conquistas deixam os responsáveis da Parkalgar cientes que têm feito um bom trabalho: “Estes reconhecimentos deixam-nos extremamente satisfeitos e com a sensação de dever cumprido. Encaramos estas distinções como um sucesso da equipa em que, cada um à sua maneira contribui para o resultado final. Têm sido três anos extremamente gratificantes mas muito trabalhosos e apesar de 2012 se adivinhar um ano difícil, estamos confiantes que vamos conseguir superar as adversidades e tirar o melhor partido possível das pequenas conquistas”, referiu Paulo Pinheiro que acredita ter o AIA num período de contra-ciclo contrariando as previsões negativas, não estivesse, para já, assegurada uma taxa de ocupação superior a 50% em 2012 e com um programa desportivo bastante aliciante e que será em breve divulgado.
Hospital de Faro tem novo Conselho de Administração
Foi publicado, em Diário de República, esta quarta-feira (28 de Dezembro), o despacho de nomeação do novo Conselho de Administração do Hospital de Faro EPE.
Presidido pelo Dr. Pedro Manuel Mendes Henriques Nunes, o novo órgão de administração do Hospital é ainda integrado pelo Dr. Jorge Manuel Domingues Salvador, que assume o cargo de Diretor Clínico, pelo Enf.º José Fernando Vieira dos Santos, que assume as funções de Enfermeiro-Diretor, pelo Dr. Luís Miguel da Costa e Cunha Martins e pela Dra. Graça Maria Palma Pereira, ambos com cargos de Vogais Executivos.
Os membros do novo Conselho de Administração iniciaram esta manhã as suas funções e promoveram uma sessão de apresentação aos funcionários, uma iniciativa que contou a presença de profissionais de todas as áreas do Hospital.
Durante a sessão, o Presidente do Conselho de Administração, bem como os restantes membros, destacaram a importância do trabalho em equipa entre todos os setores profissionais e o seu empenho em consolidar a imagem e a importância do Hospital de Faro enquanto unidade de referência a nível nacional e internacional.
O (IM)POSSÍVEL
Quem eram os (Reis) Magos?
Como em outros exemplos da iconografia cristã, a figura dos Reis Magos está envolvida em mistério...
Até ao século VII não se consagrava o número de três reis, especulava-se sim que seriam adoradores do deus Mitra, e quanto à sua procedência – nativos da Arábia, Mesopotâmia, Babilónia ou Pérsia!
... «Chegaram do Oriente a Jerusalém uns magos dizendo: onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?» O texto de S. Mateus – único evangelista que dá conta desta visita - não oferece nenhuma concretização acerca dos misteriosos magos, que nos permita intuir se a sua condição era régia, qual era o seu número, como se chamavam ou a que raça pertenciam...
Os magos eram sacerdotes muito cultos, com grandes conhecimentos de astronomia e astrologia. Alguns deles ocupavam cargos públicos, mas nenhum deles chegou a reinar. Os que a Bíblia cita poderiam ser oriundos da Arábia, Mesopotânia, Babilónia ou Pérsia. Eram, com toda a probalidade, adoradores do deus Mitra. A sua religião tinha tantas semelhanças iconográficas com a que trinta anos depois predicaria o recém nascido que, quando séculos mais tarde se descobriu no Aventino de Roma o “mitreu” da sacerdotisa Prisca, os cristãos deduziram, pela simbologia ali exposta, que se tratava de uma catacumba cristã. Assim que, canonizaram a oficiante da religião pagã e edificaram por cima uma igreja consagrada à nova santa!
Nos primeiros tempos da nossa Era, a palavra “mago” tomou o sentido pejorativo de “bruxo”, como o prova a história de Simão o Mago, assimilado a Anticristo. Assim, o primeiro grande escritor do cristianismo, Tertuliano, em princípios do século III, resolveu o problema - convertendo os Magos em Reis. A partir de então, a coroa ou o turbante régio substituíram o gorro frígido que cobria as suas cabeças.
Dada a imprecisão bíblica sobre este episódio, o número dos Reis Magos sofreu notáveis oscilações na iconografia cristã: nas catacumbas aparecem dois e quatro. A Igreja síria fixou em doze o seu conjunto, para estabelecer um paralelismo com as tribos de Israel e os apóstolos. Enquanto isso, os cristãos coptas afirmavam que tinham sido um total de sessenta Reis Magos, a estar presentes no Portal de Belém, todavia nunca disseram como se apresentaram nessa reduzida estância...
Finalmente, no século VII consagrou-se o número três, por o Menino Jesus ter recebido igual número de prendas “tipo”.
Foi por volta do ano 845, quando Melchior, Gaspar e Baltazar, apareceram pela primeira vez no Livro Pontifical de Rávena, ainda que exista um mosaico bizantino datado do ano 520, onde já são citados.
Uma vez esgotada a questão do número e nomes dos Reis Magos, os seus corpos foram encontrados milagrosamente, ainda que não deixe de causar perplexidade a sua aparição na mesma vala, tratando-se de personagens de diferentes países, especialmente porque até ao século XI não se disse uma só palavra sobre a sua tumba. As (supostas) relíquias foram depositadas, de princípio, na igreja de São Eustorgio de Milão. Pouco depois, em 1164, o arcebispo de Colónia, Reinaldo de Dassel, conselheiro do imperador Federico Barbarroja, aproveitou o saque de Milão para se apoderar dos corpos. Transportou-os para a sua diocese, e depois foram transladados num magnifico relicário de ouro, para a catedral de Colónia – onde se rende veneração na actualidade; pese a que a Igreja não os declarou santos, somente permitiu que os seus nomes sejam impostos aos que recebem o baptismo na sua fé.
Até ao século XIV, Baltazar, na iconografia religiosa não era considerado como um homem de raça negra. A Igreja, durante muito tempo, foi renitente a introduzir um negro na tríade dos Reis Magos, já que essa cor estava relacionada com o mundo das trevas. Nas miniaturas dos “Salterios” gregos, a figura de um homem desta raça representa o diabo, o Inferno ou à morte. Mas, optou por ele para consagrar a ideia de que cada um dos três Magos representava um continente, e a um filho de Noé: Melchior a Europa e a raça de Jafet; Gaspar a Ásia e os semitas; e Baltazar a África e aos descendentes de Cain.
Assim estavam as coisas aquando do descobrimento do Novo Mundo - em finais do séc. XV – mas que veio transtornar tudo...! Para completar a homenagem ao Salvador do género humano, seria necessário agregar um quarto Rei Mago, que representasse a América, o que na verdade haveria de simplificar muito a tarefa dos artistas, cujas composições se equilibraram melhor com um número par de figuras! Houve uma intenção de ajustar o problema: em Portugal, na Sé de Viseu, representou-se um Rei Mago armado, emplumado e tudo... mas a “piedade” popular não estava para mais mudanças, e a inovação nunca se estendeu à orbe cristã!
Protecções mágicas dos Reis...
Por causa da rapidez e do êxito da sua viagem a Belém, sem mostrar indícios de fadiga humana, os reis Magos Magos foram invocados pelos caminhantes. Também pelos agonizantes, quando chegava a hora de empreender a sua última viagem, para conseguir a graça de uma boa morte. E também por terem “caído de joelhos” aos pés do Menino Jesus para o adorar, invocavam-se contra a epilepsia. Em França, os fabricantes de cartas de jogar, figuravam-nos como padroeiros para figurar por reis nas suas cartas – ainda que na realidade se representassem quatro...
Na Alemanha, as três letras que compõem as iniciais dos seus nomes, escrevem-se com giz nas portas das casas e nos estábulos – no dia da sua comemoração -, para proteger as pessoas e aos animais.
Ouro, incenso e mirra
Os teólogos tiveram de recorrer à habilidade, para atribuir um significado simbólico aos presentes dos Reis Magos!
São Bernardo, assegurou que o ouro era destinado a aliviar a pobreza da Virgem; o incenso a desinfectar o estábulo; e a mirra a expulsar os parasitas dos intestinos do Menino.
Na realidade Melchior oferece ouro, porque se cria que este metal era uma materialização das deidades. Gaspar, incenso, porque cria-se que o fumo que produzia se encarregava de fazer chegar as suas petições ao céu. E Baltazar, a mirra, por estar conectada esta resina ao mais além, dadas as suas qualidades para o embalsamento.
(JMA)
NDR – A partir de hoje, até para aproveitar o texto referente à quadra natalícia, a rúbrica “O (IM)POSSÌVEL”, assinada pelo nosso colaborador Manuel Andrade (JMA), vai recuperar alguns textos com estórias da história, abordando muitos temas que, para alguns, serão possíveis, mas para outros não passarão de ficção e, assim, a justificação para o título de “O (IM)POSSÍVEL”.
Manuel Luís