SITUAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL EM DEGRADAÇÃO ACELERADANota de Imprensa da União dos Sindicatos do Algarve (USA):
1.A Comissão Executiva da União dos Sindicatos do Algarve manifesta a mais profunda apreensão pelo evoluir da situação económica e social da Região. São preocupantes os dados disponibilizados pelo IEFP, e relativos ao desemprego registado no Algarve, no mês de Agosto, e que indicam que existiam 21.370 desempregados, dos quais 1.207 inseridos em Programas Ocupacionais, o que corresponde ao pior registo oficial de sempre de desempregados no mês de Agosto.
Sendo conhecidos os ciclos sazonais de crescimento do desemprego regional, recordando também que em Agosto de 2009 existiam 18.199 desempregados registados, e que a partir desse valor se chegou aos 30.000 no primeiro trimestre de 2010, é absolutamente plausível a previsão de que no próximo Inverno se assista a um agravamento da crise e que o número de desempregados venha a ser ainda superior ao verificado no último Inverno. O que poderá significar uma taxa de desemprego bem superior à então registada – a mais elevada do país nesse trimestre – e que foi de 13,6%.
2.Alguns factores poderão influir adicionalmente na evolução do desemprego regional, nomeadamente as indicações que surgem quanto ao encerramento próximo de múltiplas micro e pequenas empresas, o abate de algumas embarcações de pesca cujas candidaturas já foram aprovadas, e, sobretudo, as opções económicas e financeiras do Governo, que ao invés de fomentarem a retoma económica, vão exactamente em sentido contrário, particularmente as que se referem à quebra do poder de compra dos trabalhadores.
3.Neste contexto, não é somenos importância a questão da introdução de portagens na Via do Infante, independentemente da sua forma e conteúdos. É necessário perceber que as mesmas, a serem introduzidas, constituirão seguramente um factor de agravamento da já debilitada economia regional. Mais uma vez, a União dos Sindicatos do Algarve manifesta a sua clara oposição à introdução de portagens na Via do Infante e a sua disponibilidade para concertar com as restantes forças regionais as acções de luta que se tornem necessárias.
4.A União dos Sindicatos do Algarve não pode deixar de alertar para a grave e acelerada degradação económica e social da região, onde se torna muito preocupante o que poderá ocorrer nos próximos meses, e decorrente do cruzamento do encerramento de empresas, da contracção da economia, do aumento do desemprego, da redução da protecção social (muitos desempregados estão a terminar o período a que têm direito de subsídio de desemprego ou de subsídio social de desemprego), sendo previsível o crescimento da pobreza e da exclusão social.
5.A União dos Sindicatos do Algarve vai solicitar reuniões aos diversos parceiros sociais, às entidades regionais, aos Partidos e ao Bispo do Algarve, com o objectivo de proceder a uma reflexão conjunta e procurar caminhos que permitam obrigar o Governo a uma intervenção urgente para a resolução dos graves problemas existentes. Nesse sentido, a União dos Sindicatos do Algarve receberá, a seu pedido, no próximo dia 25 de Setembro, pelas 12.00 h, a Eurodeputada Ilda Figueiredo.
6.A União dos Sindicatos do Algarve apela ainda à participação de todos os trabalhadores e desempregados na acção de luta convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 29 de Setembro.
