segunda-feira, 7 de junho de 2010
Em causa o fornecimento de água na Culatra: CFC QUEIXA-SE DA FAGAR E POLIS AO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA E AO PROVEDOR DE JUSTÍÇA
Após 20 anos de espera, há cerca de seis meses os culatrenses festejaram a chegada da água potável. Mas, segundo o Grupo Cidadãos com Faro no Coração (CFC), liderados pelo antigo edil de Faro, José Vitorino, “150 famílias continuam sem água”.
O Grupo CFC diz que a empresa municipal Fagar, que gere o abastecimento público de água no concelho de Faro, “não coloca contadores nessas casas enquanto a Sociedade Polis Ria Formosa não concluir um dos vários levantamentos que tem levado a cabo para saber se essas casas são primeira ou segunda habitação e se têm que ser demolidas ao abrigo do previsto no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC)”.
“É um acto cruel, desumano e imoral”, assume o CFC, que considera estarem a ser “violadas a Constituição da República e a Declaração Universal dos Direitos do Homem”.
Assim, afirmou Vitorino em conferência de imprensa realizada hoje: “Pode, também, estar-se perante o crime de açambarcamento (legalmente previsto) por haver recusa de abastecimento do bem essencial que é a água, numa situação de escassez”.
“Estamos perante uma situação de tortura psicológica para aquelas 150 familias”, reprova o político, insurgindo-se contra o que chamou de “abuso de poder e falta de respeito mais elementar com as pessoas”.
Assegurando que “a população está revoltada”, José Vitorino anunciou que o CFC “apresentou queixas ao Procurador Geral da República e ao Provedor de Justiça, contra o poder público por parte da FAGAR e Polis Ria Formosa, e seus dirigentes”.
José Vitorino defende que “todas as casas devem ter água potável, mesmo que a Sociedade Polis Ria Formosa não as considere primeira habitação”, até porque, ressalvou o dirigente político, “há todo um longo processo a percorrer pelas pessoas”, até tal decisão transitar, ou não, em julgado, recordando ainda que, no abastecimento de água e esgotos, “ficou a faltar o núcleo dos Hangares e o resto do Farol”.
"Mesmo que se decida que essas casas têm que ser demolidas, e ainda não há uma decisão sobre essa matéria, ainda pode haver recursos e demorarem anos. Se estiverem 10 anos à espera da decisão final ficam esse tempo sem ligação?", questionou Vitorino.
Também o presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia, não escapou às acusações do ex-autarca. Vitorino acusou o edil social-democrata de “deixar que o processo se arraste, quando a Câmara de Faro também faz parte da direcção da Sociedade Polis Ria Formosa”.
Ainda sobre os problemas que os ilhéus têm de enfrentar para viverem nas ilhas, referindo-se ao facto das carreiras fluviais terem recomeçado recentemente, mas sómente entre Faro e o Farol, quando na campanha eleitoral Macário Correia prometeu estender as mesmas aos núcleos dos Hangares e da Culatra, José Vitorino rematou: “Muito pouco do que a Câmara diz é para ser levado a sério”.
SOCIEDADE POLIS E ARH EM SINTONIA
Algarve Press contactou o presidente do Conselho de Administração da FAGAR, David Santos, que recusou comentar as acusações de José Vitorino, remetendo o nosso jornal para a Sociedade Polis Ria Formosa, o que fizemos, mas o assessor de imprensa daquela entidade acabou por nos enviar um “esclarecimento” assinado pela presidência da Administração da Região Hidrográfica do Algarve (ARH do Algarve), tal como a Sociedade Polis, presidida igualmente por Valentina Calixto, cujo teor transcrevemos: “Não é uma competência da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa assegurar o abastecimento de água às populações das ilhas.
Os trabalhos da Sociedade Polis, nesta fase e ao nível dos núcleos das ilhas barreira, inserem-se na elaboração dos Planos de Intervenção e Requalificação desses núcleos, que compreendem, entre outras, uma acção de levantamento das edificações e a caracterização das primeiras habitações, que nos termos do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), irão ser posteriormente legalizadas mediante procedimento próprio.
O trabalho de apreciação dos documentos entregues com vista ao comprovativo de primeira habitação tem vindo a ser efectuado e desde logo informada a Câmara Municipal de Faro das situações que, face aos documentos entregues, configuram casos de primeira habitação, cabendo àquele município efectuar a ligação à rede pública”, conclui o documento da presidência da ARH do Algarve.
Santos Populares 2010: OITO MARCHAS DESFILAM NO MAIOR CARTAZ TURÍSTICO DE QUARTEIRA
O colorido das Marchas Populares vai invadir a Avenida Infante Sagres, nas noites de 12, 23 e 28 de Junho, naquela que é mais uma edição dos Santos Populares de Quarteira, simultaneamente o maior cartaz turístico da cidade e uma das mais enraizadas tradições locais.
Stº António, S. João e S. Pedro servem de inspiração para as coreografias, para os fatos dos marchantes e para toda a decoração do recinto mas as temáticas apresentadas passam também pelo mar, elemento indissociável da vida desta antiga vila piscatória.
Ao todo são oito as marchas em representação das principais ruas de Quarteira e centenas de participantes que irão apresentar-se neste espectáculo ímpar na região. As crianças da Fundação António Aleixo mostram-se no desfile com “As Histórias d´ Encantar”, enquanto que Rua Vasco da Gama vai desfilar com “Gentes do Mar”. As jovens que integram a Marcha das Florinhas de Quarteira dão a conhecer o “Brasão da Cidade” e a Rua do Pinheiro recorda a época dos Descobrimentos com “As Caravelas da Saudade”. A “Primavera” inspira a Rua do Outeiro enquanto que o grupo de Vilamoura apresenta “Quarteira e os seus Pregões”. A padroeira da cidade, “Senhora do Mar (Nossa Srª da Conceição)”, serviu de mote para a coreografia da Rua da Cabine e, finalmente, a Rua Gago Coutinho vai homenagear as universidades do Algarve com as “Capas Negras”.
O desfile decorre as 21h00 às 00h00 e a entrada é livre.
Paralelamente às marchas, a animação vai ser uma constante e o cheiro a sardinha e a manjerico irão invadir as ruas da cidade por estes dias. Para além do desfile, a gastronomia – as sardinhas assadas, as febras, o pão com chouriço, o caldo verde e o vinho tinto – e as festas populares constituem razões mais do que suficientes para que milhares de pessoas visitem Quarteira durante os Santos Populares. Mas a tradição manda ainda que se saltem as fogueiras e se queime alcachofra.
Ao longo de 15 anos, a APROMAR - Associação Promotora das Marchas Populares de Quarteira tem sido a grande responsável pela estrutura que está por detrás do desfile. Mas é de destacar o esforço, a dedicação e o bairrismo das pessoas envolvidas neste evento, desde a organização, coreografia e confecção dos trajes típicos, o que tem contribuído, ao longo dos anos, para o sucesso dos Santos Populares de Quarteira.
As Marchas
Marcha Fundação António Aleixo – “As Histórias d´ Encantar”
Era uma vez uma fundação onde o sonho de se viver a fantasia dos contos de fadas, dos cenários, das roupas, se materializa em três noites de magia e tradição. “As Histórias d´ Encantar” é o tema que a Fundação António Aleixo traz este ano à Avenida Marginal de Quarteira em mais um festejo dos Santos Populares.
A Marcha da Fundação António Aleixo, que desde 2003 participa no desfile, conta com um elenco heterogéneo de 54 marchantes com idades compreendidas entre os 4 e os 12 anos, provenientes das actividades e projectos que a instituição desenvolve.
Marcha Rua Vasco da Gama – “Gentes do Mar”
A marcha da Rua Vasco da Gama estreou-se no ano de 1991 com o tema “As Vindimas” e em 1992 o tema desta marcha foram os pescadores e varinas a qual a organização dedicou o tema a Quarteira e ao seu mar; desde então a marcha da Rua Vasco da Gama vem dando o seu melhor de ano para ano, tendo quase sempre temas relacionados com a história e com a cidade de Quarteira.
Neste ano de 2010 a marcha da Rua Vasco da Gama quis dedicar novamente o tema ao mar e a Quarteira e, por isso, vai desfilar com o tema “Gentes do Mar”. Os marchantes vão vestidos com cores brilhantes, brancas e prateadas, cores cintilantes em noites estreladas
Marcha das Florinhas de Quarteira – “Brasão da Cidade”
O grupo Florinhas de Quarteira foi fundado a título paroquial e animador há 24 anos, pela Irmã Rosa. E tem vindo a evoluir ao longo dos tempos pela mão de Ana Maria Cavaco. Este grupo é constituído só por raparigas entre os 4 e os 22 anos, e integra 55 elementos.
Este ano as Florinhas apresentam como tema o “Brasão da Cidade” de Quarteira, trazendo assim consigo toda a história e simbologia inerente ao símbolo desta bela cidade.
Marcha Rua do Pinheiro – “As Caravelas da Saudade”
Para contar a história desta marcha é preciso recuar ao ano de 1995, onde movidos pela força de manter viva a tradição dos Santos Populares de Quarteira, o grupo que hoje dá voz à Rua do Pinheiro colaborou com a Marcha da Rua da Mónica, encenando o tema Fadistas do Passado.
Em 2010 a Rua do Pinheiro traz como tema em homenagem aos descobrimentos Portugueses no seu símbolo maior que são as Caravelas, onde os grandes navegadores deste País se aventuraram nos caminhos pelo mundo inteiro, levando nas suas velas a cruz de Cristo, protector dos marinheiros.
Marcha Rua do Outeiro – “Primavera”
A Marcha da Rua do Outeiro vai apresentar este ano o tema da chegada da Primavera, que traz muita alegria aos nossos corações e representa sempre a chegada do tempo mais quente, com o desabrochar das flores, e o canto das andorinhas, o voo das coloridas borboletas que sempre encantam as crianças.
Esta marcha é composta por 58 elementos entre os 15 e os 57 anos.
Marcha de Vilamoura – “Quarteira e os seus Pregões”
A marcha de Vilamoura foi fundada em 2007 com o carinho e o entusiasmo de Fátima Pedro e de sua filha Ana Pedro. Desde esse dia a marcha tem vindo a crescer e a marcar a sua presença nos Santos Populares de Quarteira.
Neste ano de 2010, apresenta como tema “ Quarteira e seus Pregões”… Os pregões das nossas praias, da nossa rua, do nosso mercado e até aqueles pregões do tempo dos nossos pais. Fazendo assim um tributo à gente de Quarteira, com muita alegria e aromatizada com manjericos. O grupo é composto por 64 elementos.
Marcha Rua da Cabine – “Senhora do Mar (Nossa Srª da Conceição)”
A Marcha da Rua da Cabine nasceu em 1993 do entusiasmo de uma comissão organizadora de 20 elementos que a dirigiu somente nesse primeiro ano e apresentou-se ao desfile com o tema ”O Mar”. Pelo sucesso obtido continuou a organização, mas pela mão de Leonor Emídio, que a detém até aos dias de hoje, juntamente com Bruno Guerreiro.
Para 2010 a marcha da Rua da Cabine reservou um tema o qual oferece, de alma e coração, a todos os quarteirenses: Senhora do Mar (Nossa Srª da Conceição).
A Festa da Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Quarteira e dos seus pescadores, realiza-se no dia 8 de Dezembro de cada ano e tem raízes culturais nesta comunidade piscatória e em todos os naturais da localidade, uma vez que a sua imagem foi encontrada nas redes, pelos pescadores há mais de 200 anos e agora edificada numa capela vigilante.
Reza a curta história desta capela que recebe os pescadores no seu regresso do mar que, no mesmo ano em que foi erigida, protegeu as embarcações de um violento temporal que se abateu na costa do Algarve, apesar dos estragos materiais provocados.
Marcha da Rua Gago Coutinho – “Capas Negras”
A Marcha da Rua Gago Coutinho presta este ano homenagem às universidades do Algarve, que têm cumprido com excelência as tarefas que lhe foram propostas enquanto instituições de ensino superior de uma região periférica, nomeadamente como pólo de conhecimento, saber e cultura, formando com inovação a juventude algarvia nas áreas temáticas regionais como as ciências do mar e da terra, economia, turismo e outras.
Têm contribuído significativamente para a redução das assimetrias regionais, projectando-se na sociedade, assumindo-se hoje na sua estrutura tripolar como pólos de desenvolvimento sustentável da região. Porque reconhecem que a aventura do conhecimento nossa região é uma aposta ganha, este grupo homenageia as universidades algarvias, marchando com espírito académico.
S. BRÁS DE ALPORTEL: "A ÚLTIMA VÍTIMA DESTE GOVERNO" - PSD/Algarve
A Comissão Política Distrital do PSD/Algarve, reunida a 4 de Junho, decidiu emitir, através de uma nota de imprensa que transcrevemos na íntegra, "um forte protesto contra as mais recentes decisões do actual Governo que penalizam de forma inaceitável a população do município de S. Brás de Alportel, solidarizando-se assim com a exposição feita pelo recentemente eleito líder da secção do PSD local, Fabiano Rodrigues".
"Em causa está o encerramento da unidade de internamento do centro de saúde deste município, ocorrido no passado dia 25 de Maio, e o encerramento da escola primária dos Almargens, constante da lista negra dos estabelecimentos a abater por este Governo. O PSD/Algarve tem consciência de que são necessários cortes radicais na despesa pública mas, se afectam serviços essenciais para a população como o Ensino e a Saúde, em áreas do interior, dever-se-ia ter cuidados acrescidos.
Com o encerramento da unidade de internamento deste município da serra algarvia, com 12 camas, a 18 Kms de Faro, 12 Kms de Loulé e 22 Kms de Tavira, o Centro de Saúde passou a contar apenas com Serviço de Consultas. A pergunta é: até quando? Sabe-se que esta unidade de internamento era apenas para pessoas idosas e utentes em fase terminal, mas a verdade é que, nesses últimos e penosos dias da sua existência, poderiam estar mais perto dos seus familiares, o que deixará de acontecer.
Já em 2007 foi encerrado o Serviço de Atendimento Permanente, ditas Urgências. E a pergunta é de novo: após 3 anos de experiência, ficou a população de S. Brás com um serviço de saúde mais capaz? A resposta é: não! Neste momento, qualquer utente do Centro de Saúde que necessite de um atendimento de urgência, terá que ir para Loulé. Acresce que, em S. Brás de Alportel, as consultas estão lotadas, para a consulta de recurso esperam-se horas intermináveis, para no fim as pessoas serem enviadas para Loulé.
Finalmente, foi anunciado pelo Governo o fecho de escolas primárias que tenham até 21 alunos. Neste concelho será encerrada mais uma: a dos Almargens. Em 2006, já tinham sido encerradas três escolas primárias, num universo de nove escolas, fazendo com que os alunos de localidades situadas em plena Serra Algarvia, tenham que percorrer cerca de 25 km diários para poderem frequentar o ensino.
Neste momento, com o encerramento de mais uma escola, questiona-se até se as escolas existentes na vila de S. Brás de Alportel têm condições para poder receber mais estes 18 alunos, pois necessitam de obras de melhoramento urgentes. Será que não irão precisar também de ampliação? Quanto poderá custar? É assim que o Governo tenta reduzir despesas?
O PSD/Algarve contesta esta política cega de corte nas despesas da Saúde e do Ensino, condenando estas localidades do interior à desertificação, e afastando os jovens dos locais onde habitam. S. Brás de Alportel, com os seus 10.000 habitantes, é apenas um exemplo e, não por acaso, a última vítima deste Governo. Não porque seja de facto a última. Mas porque é a mais recente", conclui a nota de imprensa da distrital do PSD/Algarve.