NO NÚCLEO HISTÓRICO E PISCATÓRIO DOS HANGARES A AUTARQUIA VAI INSTALAR UM FONTANÁRIO PÚBLICO
Os núcleos da Culatra e do Farol, na ilha de Santa Maria - Ria Formosa, território de Faro, recebem água da rede pública desde este domingo, dia da cerimónia de inauguração da ligação da rede em baixa. À margem da cerimónia, o edil de Faro, Macário Correia anunciou que, nos Hangares "a autarquia, através da FAGAR, está a instalar um fontanário na Associação de Moradores", para a população se servir enquanto a água da rede pública não é ligada às habitações daquele núcleo histórico e piscatório da Ria Formosa. Saiba mais clicando em www-algarvepress.com , na Algarve Press TV On-line, onde também pode ver e ouvir as declarações de alguns pescadores da Culatra.
“É um dia histórico idêntico ao que vivemos há quase 20 anos, quando nos ligaram a energia eléctrica”, enfatizou Sílvia Padinha, presidente da Associação da Culatra, recordando aos ilhéus (da Culatra, Hangares e Farol) que enchiam o recinto do Clube União Culatrense, que “a população já pode começar a fazer os contratos particulares e depois ligar os contadores da água às suas habitações", já que, por questões técnicas, primeiro foi ligada a água às associações, cafés e restaurantes daquele núcleo piscatório da Ria Formosa.
Apesar de a obra ter custado oito milhões de euros, para servir cerca de mil habitantes, desde o núcleo da Culatra ao do Farol, passando pelo núcleo central, que é o histórico e piscatório dos Hangares, toda a Ilha de Santa Maria ficará com “ligação à rede em baixa aos sistemas Multimunicipais de Água e Saneamento do Algarve, com a população a pagar os mesmos tarifários praticados no continente", sublinhou Marques Ferreira, dirigente da empresa Águas do Algarve, responsável pela obra.
A propósito do custo da obra e o seu aproveitamento, Sílvia Padinha, que chegou a “duvidar da conclusão da obra”, sobretudo após os “problemas técnicos” com a perfuração para colocação subaquática das condutas, que obrigou a avançar para esta “solução provisória”, ciente que, para já, só 400 casas vão ter água, a dirigente associativa lançou uma advertência: “"Não faz sentido gastar oito milhões de euros para trazer água para a Culatra e não a ligar a todas as casas, deste núcleo e dos restantes, como os Hangares e o Farol, apesar de algumas poderem vir a ser demolidas em função da requalificação da ilha, no âmbito dos planos de ordenamento do território. Independentemente do que vier a acontecer, e essa vai ser outra luta. Queremos a água seja ligada a todas as casas da Ilha”.
Os responsáveis presentes na cerimónia não deixaram de destacar que é um dos maiores investimentos per capita realizados para levar água a uma população, que assim deixará de consumir água de poços, reservatórios e tanques, na maioria imprópria para consumo por acção das muitas fossas construídas, também elas com os dias contados com a ligação do sistema de resíduos/esgotos.
“É uma vitória para a população, depois de muitos e muitos anos de luta. Hoje é um grande dia, parece impossível que em pleno século XXI e num país que se diz desenvolvido ainda seja necessário esperar 12 anos para conseguir trazer uma necessidade que é básica", sublinhou Sílvia Padinha, que não esqueceu os “diversos presidentes de câmara que foram importantes para que este dia fosse possível, como Luís Coelho, José Vitorino, José Apolinário e agora Macário Correia”.
Por seu turno, Macário Correia, perante a conclusão da primeira fase do investimento, seguindo-se a segunda etapa da obra, que levará as ligações às habitações particulares, esclareceu: "A água já está ligada aos estabelecimentos comerciais e às instituições públicas, nos próximos dias as ligações vão continuar, os contadores vão sendo postos, os contratos celebrados e as ligações feitas todos os dias úteis até a questão ser resolvida".
"Mais vale tarde que nunca. O Natal de 2009 na Culatra já tem mais um contributo, mais um melhoramento. Outros terão que se seguir, esta gente merece, vive em dificuldades, isolada e de resto é a ilha de Portugal com mais habitantes, tirando as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, já que a população da Culatra é mais numerosa do que a da ilha do Corvo, nos Açores", salientou o presidente da autarquia farense.